Artrodese da coluna é um procedimento cirúrgico realizado para correção de instabilidades mecânicas e desalinhamento da coluna. A cirurgia consiste em fundir duas ou mais vértebras com o objetivo de assegurar estabilidade na coluna, bem como minimizar dores.
Desse modo, a artrodese é indicada para as seguintes ocorrências:
- Hérnias de disco;
- Cifose;
- Espondilolistese;
- Traumas;
- Tumorações;
- Infecções;
- Escoliose;
- Estenose do canal vertebral.
É importante pontuar que a artrodese é indicada quando o tratamento conservador não atende às necessidades do indivíduo. Com isso, após a cirurgia, é esperado que o paciente consiga restaurar sua qualidade de vida.
O enxerto ósseo é feito para que se torne possível que as vértebras da coluna sejam fixadas por meio de parafusos. Além disso, um dispositivo chamado “cage” também é empregado nesse processo, a fim de preencher as vértebras que foram fixadas, gerando uma espécie de bloco para potencializar a estabilidade da coluna vertebral.
Abaixo estão elencados os quatro tipos de enxertos possíveis:
- Enxerto ósseo sintético: Formado por materiais como biovidro, hidroxiapatita e polímeros, é produzido em laboratório.
- Enxerto alógeno: É extraído de ossos de cadáveres, que ficam acondicionados em bancos de tecidos.
- Enxerto ósseo autógeno: A extração é realizada do próprio paciente, de áreas como a bacia ou coluna.
- Enxerto ósseo xenógeno: Trata-se de uma técnica que emprega material extraído de animais, com características semelhantes aos ossos humanos, podendo ser realizada por meio de suínos ou bovinos.
Fique por dentro do emprego de parafusos na coluna:
A utilização deste tipo de recurso, em alguns casos, nem sempre foi uma opção para tratar as condições da coluna. Estima-se que até a década de 1960 as cirurgias de artrodese eram feitas com imobilização da coluna com a utilização de gesso. Por essa razão, era necessário que o paciente ficasse com esta área imobilizada por pelo menos um ano.
Com o passar dos anos e os avanços científicos, tal situação foi modificada. Assim sendo, novos materiais e técnicas passaram a ser empregados, não sendo mais necessária a imobilização externa. Nos dias atuais, o tratamento é conhecido por conferir grande estabilidade e funcionalidade.
Conheça detalhes sobre os tipos de artrodese da coluna:
Para escolha da técnica de artrodese que será realizada, o médico especialista levará em conta fatores como o local em que as vértebras serão fundidas, bem como a via de acesso.
Artrodese dorsal:
Caso o ponto de comprometimento esteja localizado na coluna torácica, a incisão para se ter acesso às vértebras, em geral, ocorre pelas costas.
Artrodese lombar:
Quando as instabilidades ocorrem na coluna lombar, a realização do procedimento poderá acontecer tanto por via anterior, quanto posterior ou lateral, ficando a escolha a critério do especialista. Assim sendo, a artrodese lombar pode ser tratada com base nos achados clínicos possibilitados pelos exames de imagem.
O especialista levará em consideração as queixas por parte do paciente. Com isso, verificará se as instabilidades causam dor na coluna ou nas costas. Outro sinal clínico relevante para o diagnóstico é o déficit neurológico, que é caracterizado por perda de força motora, dormências ou formigamentos.
As imagens obtidas pelo exame de ressonância magnética serão empregadas para que o especialista observe a integridade das raízes nervosas. Caso seja verificado que há comprometimento nervoso, o médico optará pela cirurgia.
A artrodese, neste caso, poderá ser realizada de modos diversos. Dessa maneira, o especialista em coluna definirá a melhor técnica a ser empregada em cada quadro clínico.
Para se recuperar a estabilidade vertebral, duas técnicas poderão ser adotadas:
- Substituição, por meio de um dispositivo para suporte interno, dos discos intervertebrais lesionados;
- Procedimento de fixação das vértebras por meio de parafusos pediculares.
Artrodese cervical:
Caso o paciente apresente instabilidades na coluna cervical, ou seja, no pescoço, tal técnica pode ser empregada. Esta pode ser realizada por via posterior, com utilização de parafusos de massa lateral, bem como por via ACDF (Discectomia cervical anterior com fusão).
Saiba o que são “cages” e suas aplicações na artrodese da coluna:
Aos espaçadores e gaiolas intervertebrais, dá-se o nome de “cages”. Estes asseguram que haja espaços suficientes entre as vértebras que passarão por fusão. Na composição de tais dispositivos estão materiais como polímeros e titânio.
Vale destacar que os cages, que em língua inglesa têm o significado de “gaiolas”, passaram a ser adotados em procedimentos cirúrgicos ao longo dos anos. As técnicas em que esses dispositivos são utilizadas costumam ser de natureza minimamente invasiva, sendo frequentemente empregadas em artrodeses lombares ou na coluna cervical. Abaixo estão algumas de suas subclassificações:
- PLIF e TLIF – (Artrodese lombar posterior e transforaminal): Ambas as técnicas são realizadas por via posterior. O PLIF ocorre de forma bilateral, já o TLIF, por sua vez, acessa o disco através da lateral da coluna.
- ALIF – (Fusão lombar anterior): Neste caso, o cage é introduzido pela parte da frente do corpo. A técnica possibilita com que o espaço intervertebral das vértebras afetadas seja acessado diretamente.
- OLIF – (Fusão intersomática lateral oblíqua): O acesso da coluna é feito através de uma espécie de canal entre o peritônio e o músculo psoas. Tal músculo possibilita a flexibilidade e movimentação de quadris, pernas, pelve e costas, sendo responsável pela ligação entre a porção inferior das costas e o fêmur. O peritônio, por sua vez, consiste em uma membrana que recobre a cavidade abdominal.
- LLIF – (Cirurgia de acesso lateral): O acesso intervertebral, nesse caso, ocorre através da lateral do corpo do paciente.
Como se dá o pós-operatório em pacientes submetidos à artrodese da coluna:
Para sua recuperação, o paciente deverá seguir as orientações médicas. O acompanhamento fisioterápico também será necessário para que o indivíduo se restabeleça após a cirurgia. Neste período, em geral, o especialista recomenda a suspensão de treinos de força, evitar carregar peso e de outras atividades físicas.