A Escoliose é uma curvatura anormal da coluna vertebral causada pela rotação das vértebras, que pode ser observada pela visão das costas do paciente. A deformidade característica da doença trata-se de uma curvatura lateral no plano tridimensional do movimento, que pode aparentar um C (apenas uma curvatura), ou um S (mais de uma curvatura). Há alguns tipos escoliose, mas neste conteúdo abordaremos a Escoliose Idiopática do Adolescente, que é o mais predominante entre os indivíduos.

Tipos de escoliose

A Escoliose é dividida em três tipos:

  1. Congênita
  2. Neuromuscular
  3. Idiopática

A Escoliose Congênita indica que o paciente nasceu com a curvatura na coluna e é causada por uma falha na formação individual da vértebra ou na separação entre elas.

A Escoliose Neuromuscular é causada por uma variedade de distúrbios, que incluem paralisia cerebral, distrofia muscular de Duchenne e a mielomeningocele (também conhecida como espinha bífida). Cada uma dessas categorias é muito diferente e requer diferentes indicações de tratamentos comparada com a escoliose idiopática do adolescente.

Na Escoliose Idiopática, a causa identificadora da doença / distúrbio ainda é desconhecida, mas o atual consenso é que seja um processo multifatorial que inclui a alteração da produção de melatonina, distúrbio do tecido conjuntivo, anormalidades do músculo esquelético, disfunção das proteínas contráteis ou problemas de função nervosa.

Quais são os tipos de escoliose idiopática?

A Escoliose Idiopática é dividida em três categorias de idade baseados nos primeiros sinais de desenvolvimento da curva:

  • Escoliose Idiopática Infantil: entre nascimento a 2 anos de idade;
  • Escoliose Idiopática Juvenil: entre 3 anos a 10 anos de idade;
  • Escoliose Idiopática Adolescente: entre 11 anos a 17 anos de idade;

Uma outra diferença entre os três tipos é que a Infantil e a Juvenil tem uma associação maior com anormalidades da coluna como tumores, siringomielia (expansão da cavidade tubular produzindo lesão nervosa), e que por isso, necessitam de tratamento diferente da indicada ao Adolescente.

3% a 5% das pessoas possuem curvas maiores que 10%, mas menos de 0,5% das pessoas necessitam de tratamento.

A Escoliose Idiopática do Adolescente atinge mais meninas do que meninos e a curva também costuma progredir mais em meninas.

Como a escoliose idiopática do adolescente é diagnosticada?

Quando se é notada uma assimetria na coluna ou desalinhamento nos ombros, deve-se buscar um médico especialista em coluna, que realizará exames físicos e solicitará uma radiografia (raio-x) a fim de identificar a escoliose e o seu grau de curvatura.

Quais são os sinais e sintomas da escoliose idiopática do adolescente?

Os principais sinais são:

  • Assimetria dos ombros (um mais alto que o outro);
  • Desalinhamento da linha da cintura;
  • Curvatura da coluna para as laterais;
  • Desigualdade do comprimento dos membros.

A progressão da escoliose depende do desenvolvimento da curvatura e da idade do paciente.

Quais os tratamentos para a escoliose idiopática do adolescente?

O tratamento dependerá do tamanho e da localização da curvatura e o crescimento do paciente. Há três tipos de tratamento:

  1. Observação: pacientes com curvas até 20 graus são acompanhados periodicamente através de exames de raio-x para verificar se há progressão da curvatura.
  2. Órtese: para pacientes com curvaturas entre 20 a 40 graus o uso de órtese (ex. colete) pode ser indicado dependendo da progressão da curva e do crescimento ainda remanescente. O colete não corrigirá a curva, mas poderá prevenir que evolua. O sucesso do uso do colete dependerá da quantidade de tempo que o paciente fará o seu uso, que pode variar entre 16h a 23h por dia.
  3. Cirurgia: No geral é indicada para curvas acima de 45-50 graus, curvas que progridem mesmo com o uso de colete, deformidades.

Quando é indicada a cirurgia de escoliose idiopática do adolescente?

O tratamento cirúrgico de escoliose está indicado quando a deformidade se torna acentuada. Na maioria dos casos é indicado quando atinge valores superiores a 45-50 graus.

Em geral, os pacientes retornam as suas atividades normais após 6 meses da realização da cirurgia.

Dr. Edgar Utino

Médico Ortopedista Especialista em Cirurgia da Coluna com técnicas minimamente invasivas. Especialista em Cirurgia da Coluna Vertebral pela Sociedade Brasileira de Cirurgia da Coluna (SBC) e Título em Ortopedia e Traumatologia pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

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