Como ficam as cirurgias da coluna em tempos de COVID-19?
Com a disseminação do novo coronavírus (COVID-19) e a necessidade de disponibilidade do maior número de leitos, unidades de terapia intensiva, equipes médicas e de enfermaria, a capacidade de atender outras patologias foi reduzida drasticamente.
Várias especialidades médicas, como a da cirurgia de coluna, se viram no dilema de redefinir as prioridades e a agenda de cirurgias sem prejudicar a saúde de seus pacientes.
Como forma de auxiliar os especialistas da área de coluna a definir as prioridades, a SBC (Sociedade Brasileira de Coluna), SBN (Sociedade Brasileira de Neurocirurgia) e SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia) elaboraram um documento para estes profissionais detalhando as classificações de cada tipo de cirurgia.
CIRURGIAS DE URGÊNCIA
Tratamento cirúrgico dentro de 24-48 horas
- Radiculopatias cervicais ou lombares que se apresentem com déficit neurológico;
- Hérnia discal causando síndrome da cauda equina;
- Hematoma epidural;
- Sepse secundária a espondilodiscite ou abscesso epidural;
- Traumatismos da coluna com déficit neurológico;
- Fraturas instáveis da coluna (lesões tipo B e C, classificação AOSpine), sem déficit neurológico;
- Tumores da coluna, de origem óssea ou neural, causando déficit neurológico;
- Complicações agudas pós-cirúrgicas, como fístula liquórica.
CIRURGIAS DE URGÊNCIA RETARDADA / URGÊNCIA POTENCIAL
Tratamento cirúrgico, dentro do possível, no decorrer de 4-7 dias
- Radiculopatias hiperálgicas (secundárias a patologia com hérnia discal, estenose do canal vertebral, espondilolistese), refratárias ao tratamento medicamentoso e que necessitem de hospitalização;
- Mielopatia cervical/torácica ou rapidamente progressiva;
- Fraturas da coluna sem instabilidade, mas com indicação cirúrgica (Tipo A3, A4, classificação AOSpine);
- Fraturas patológicas com instabilidade (SINS>12), sem déficit neurológico;
- Complicações agudas pós-cirúrgicas, como deiscência de sutura, infecção pós-cirúrgica.
CIRURGIAS NÃO URGENTES
Tratamento cirúrgico postergado até a normalização do atendimento
- Transtornos degenerativos dolorosos crônicas sem déficit neurológico (discopatias, hérnia discal sem déficit motor, estenose lombar sem déficit progressivo, espondilolistese degenerativa sem déficit neurológico progressivo);
- Deformidades da coluna;
- Reintervenções por falha de implante/pseudoartrose sem alteração neurológica ou instabilidade.
Estas são orientações gerais, e cada caso pode ser discutido pela equipe cirúrgica e a coordenação hospitalar.
Fonte website SBC. CLIQUE AQUI e leia a matéria na íntegra: