Escoliose congênita é uma condição que afeta a coluna vertebral, deixando-a lateralmente com uma curvatura anormal, podendo ser verificada logo após o nascimento. Para cada grupo de 10 mil recém nascidos, estima-se que ao menos 1 bebê apresente este tipo de escoliose.
Apesar desta ser uma alteração presente desde que o indivíduo nasce, em alguns casos, a pessoa acometida pode não apresentar sintomas claros logo na infância. Na maioria dos casos, somente na adolescência que a condição costuma se tornar mais incômoda.
A escoliose congênita se desenvolve, ao longo da gestação, através de malformação das vértebras. Em face dos ossos não se desenvolverem de forma adequada, a coluna vertebral apresenta aspecto anormal.
A forma congênita da doença se diferencia dos tipos neuromuscular e idiopático por não apresentar um padrão. Em outras palavras, pode se manifestar de formas diferentes nos indivíduos. Além disso, tanto o local de curvatura quanto a gravidade da condição podem variar.
Há quatro diferentes tipos de escoliose congênita, que são verificados através das características que a coluna vertebral apresenta ao longo da gestação. Confira:
Ocorre quando a separação do tecido da coluna vertebral, não se desenvolve completamente durante a gestação. Desse modo, pode se originar uma fusão parcial ou barra óssea, de forma que algumas vértebras fiquem unidas.
Quando o bebê nasce, esta barra óssea impossibilita com que um dos lados da coluna vertebral cresça adequadamente. Como consequência, desenvolve-se uma curvatura que se torna maior de acordo com o desenvolvimento da criança.
Enquanto a coluna vertebral é formada, determinadas vértebras podem não se formar de modo completo. Isso pode acometer partes de vértebras ou a totalidade destas estruturas, recebendo a denominação de “hemivértebra”.
Assim sendo, há a produção, na coluna vertebral, de um ângulo acentuado que tende a se tornar mais expressivo ao longo do crescimento da criança.
Na ocorrência de mais de uma hemivértebra, poderá haver o equilíbrio mútuo das estruturas, fazendo com que ocorra maior estabilidade na coluna.
Havendo a formação de hemivértebra em um dos lados da coluna vertebral e barra óssea em outro, verifica-se que o desenvolvimento do indivíduo acontece de modo acentuadamente prejudicado. Quando essa condição ocorre, a realização de procedimento cirúrgico impede que a curvatura anormal aumente.
Enquanto a coluna vertebral da criança se desenvolve, poderão se desenvolver curvas para compensação da curvatura típica de escoliose. Essas formações ocorrem pelo fato de outras curvas se formarem na direção contrária, abaixo ou acima da região comprometida. Desse modo, nas curvas compensatórias, as vértebras apresentam aspecto de normalidade.
A seguir estão alguns sintomas de escoliose congênita que representam um alerta, devendo o indivíduo buscar atendimento médico:
Ao longo do tempo, a escoliose congênita, caso não tratada, poderá implicar em sequelas para o indivíduo.
É importante destacar que a gravidade é variável, obedecendo uma escala que compreende casos mais leves e graves. Se associada com outras condições ou doenças, esta poderá levar o paciente a quadros extremos, podendo resultar em óbito.
Durante a gestação, os órgãos e a coluna são formados simultaneamente. Com isso, a formação que origina esta condição poderá comprometer o sistema nervoso, rins, bexiga, medula espinhal e até mesmo a própria coluna vertebral.
A condição apresenta avanços, sobretudo em se tratando de fases em que o crescimento ocorre de modo acelerado, como se verifica na adolescência. Por essa razão, caso a curvatura da coluna se torne mais acentuada, algumas complicações poderão ocorrer. Veja:
A escoliose congênita é diagnosticada pelo especialista por meio de exames e avaliações. Saiba quais:
Além do diagnóstico em si, a solicitação de exames tem como objetivo a avaliação da gravidade da curvatura, bem como da constatação de anormalidades que possam estar associadas à escoliose congênita. Dessa maneira, torna-se possível a definição do tratamento mais indicado para cada quadro.
Para determinação do tratamento, o médico avaliará a gravidade de cada caso, bem como a idade do paciente e outras características. Assim sendo, este poderá ser conservador ou cirúrgico.
Em crianças, cujas curvaturas são menores, adota-se o monitoramento da coluna para se verificar se há progressão da escoliose. O uso de coletes também poderá ser recomendado pelo médico.
O tratamento cirúrgico, contudo, consistirá na implantação de hastes de crescimento ou cirurgia de fusão espinhal, também conhecida como “artrodese”, sendo o método mais efetivo para tratamento desta condição.
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