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Escoliose idiopática: o que é, sintomas e principais tratamentos

Escoliose idiopática é uma deformidade que deixa a curvatura da coluna vertebral em formato de “C” ou de “S”. A escoliose idiopática é a forma mais comum de escoliose e pode ser notada ainda na infância.

Na cifose e na lordose é comum que a má postura cause um dos dois problemas, já na escoliose idiopática ocorre o contrário: a maior parte das pessoas acometidas com o problema adquirem má postura por causa desse desvio no formato da coluna.

Tipos de escoliose

Atualmente a literatura médica conhece e distingue alguns tipos de escoliose, facilitando assim a abordagem clínica de cada caso. Os tipos de escoliose são:

  • Escoliose congênita: se trata da condição que acompanha o paciente de nascença. Nesse caso, o paciente pode ter o problema quando ainda é um bebê ou os sinais aparecem de acordo que começa a se desenvolver na fase de crescimento.
  • Escoliose degenerativa: esse tipo se manifesta quando o paciente já é adulto, e decorre do desgaste das articulações da coluna (como a hérnia de disco) e do desgaste dos discos intervertebrais. A osteoporose de coluna e desidratação discal também dão origem a escoliose degenerativa. Esse problema é mais comum na terceira idade devido ao processo natural do envelhecimento, mas pode acometer pessoas mais novas.
  • Escoliose neuromuscular: costuma ser uma reação secundária a problemas musculares ou neurológicos graves, tais como distrofia muscular e paralisia cerebral.
  • Escoliose idiopática: é o tipo mais comum e, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), representa cerca de 80% dos casos. Chamamos de idiopática, pois não há uma causa conhecida para o problema.
  • Escoliose idiopática do adolescente: tem causas desconhecidas, embora estudos apontem que há relação com alguns fatores, como condições genéticas e ambientais. Surge na fase da puberdade, deixando o adolescente com um aspecto “corcunda” ou “torto”. É uma condição bastante delicada que afeta a qualidade de vida do adolescente, pois causa dor, dificuldade para se movimentar e em alguns casos, falta de ar. Afeta diretamente na postura e muitas vezes desencadeia problemas psicológicos, como a depressão.

A escoliose idiopática é classificada também de acordo com a faixa etária do paciente, sendo ela

  • Escoliose infantil: acomete pacientes de 0 a 3 anos;
  • Escoliose juvenil: acomete pacientes de 3 a 10 anos;
  • Escoliose em adolescentes: acomete pacientes de 10 a 18 anos;
  • Escoliose em adultos: acomete pacientes acima de 18 anos.

Diagnóstico de escoliose idiopática

A principal forma de diagnóstico da escoliose idiopática é com a junção da análise clínica do paciente e radiografias da coluna. Um forte indicio de que o problema é uma escoliose idiopática é quando um ombro parece ser mais alto que o outro.

Alguns testes em consultório também permitem identificar uma escoliose idiopática. Um deles é o teste de Adams. Esse teste é realizado com o paciente colocando o corpo flexionado para frente e para baixo, permitindo que o médico identifique o desalinhamento da coluna.

Para analisar o grau da curvatura é usado o método de Cobb. Nele são traçadas duas linhas entre as vértebras inferior e superior do paciente. O ângulo formado com essas linhas mostrará a gravidade da escoliose idiopática, que pode ser:

  • 10 a 20 graus – considerada leve
  • 20 a 40 graus – escoliose idiopática moderada
  • Acima de 40 graus – escoliose grave

Felizmente, a maioria dos casos a escoliose idiopática é considerada leve, com curvatura de 10 a 20 graus, e muitas vezes sendo imperceptível. Uma pessoa com curvatura acima de 50 graus poderá ter a indicação de um procedimento cirúrgico para correção, levando-se em consideração sempre a idade e o estado de saúde geral do paciente.

Sintomas de escoliose idiopática

Como a maioria dos casos de escoliose idiopática são leves, é comum que também sejam assintomáticos. Os graus mais elevados da condição propiciam a evolução do problema e o aparecimento de sintomas desagradáveis, tais como:

  • Dor na região da coluna;
  • Tórax e cintura desalinhados para a lateral;
  • Uma perna maior que a outra;
  • Quadril e ombros desalinhados;
  • Escápula e costela mais salientes de um lado do corpo;
  • Assimetria das mamas.

Os casos graves ainda podem trazer problemas respiratórios e cardíacos ao paciente. A dificuldade de mobilidade para os casos graves também pode incapacitar o paciente.

Tratamento

O tratamento da escoliose idiopática dependerá da gravidade e tipo do problema. Vejamos os tipos de tratamentos mais comuns para cada abordagem clínica na escoliose:

  • Escoliose leve: o tratamento principal consiste na reabilitação motora, que é uma combinação de fisioterapia, pilates e RPG. Em alguns casos, exercícios de fortalecimento da musculatura dentro da água podem ser os mais indicados. Além disso, o paciente deve fazer acompanhamento médico periódico com a realização de radiografias a fim de saber se houve alteração na curvatura da coluna.
  • Escoliose moderada: pacientes em fase de crescimento, sobretudo adolescentes, terão a indicação do uso de um colete para conter a progressão do problema. O colete também visa corrigir a curvatura da coluna. Os dois tipos de coletes mais comuns nesses casos são o colete de Boston e colete de Rigo-Cheneau. De acordo que o paciente for crescendo, o colete deve ser ajustado ou trocado.
  • Escoliose grave: após minuciosa análise do caso clinico do paciente, uma cirurgia poderá ser indicada com o objetivo de evitar que a deformidade se amplie, pois se isso acontecer pode ocorrer comprometimento da função cardiopulmonar. Geralmente, com a cirurgia há uma melhora de cerca de 80% ou mais na condição e não há mais a progressão da doença.

Se o paciente de qualquer tipo de escoliose se queixar de dor na coluna, o médico poderá prescrever alguma terapia medicamentosa para esse problema.

É importante destacar que assim que a pessoa percebe sinais de escoliose ou anormalidades na coluna, deve procurar um médico especialista em coluna. Isso porque o diagnóstico precoce é fundamental para evitar ao máximo a progressão da doença e garantir maior qualidade de vida ao paciente.

Dr. Edgar Utino

Médico Ortopedista Especialista em Cirurgia da Coluna com técnicas minimamente invasivas. Especialista em Cirurgia da Coluna Vertebral pela Sociedade Brasileira de Cirurgia da Coluna (SBC) e Título em Ortopedia e Traumatologia pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

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