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Escoliose neuromuscular: conheça mais sobre essa doença

Escoliose neuromuscular é uma curvatura anormal que ocorre na coluna vertebral, seja por razão muscular ou neurológica. É uma condição muito comum em pessoas com paralisia cerebral e outras doenças que limitam a movimentação do corpo.

A escoliose neuromuscular também pode se desenvolver após alguma lesão traumática na medula espinhal. Há ainda outras condições distintas as já mencionadas que propiciam o desenvolvimento da escoliose neuromuscular e que serão abordadas mais adiante.

É importante ressaltar que a escoliose neuromuscular não se confunde com a escoliose idiopática. A primeira está diretamente associada com condições que afetam os nervos ou músculos, enquanto a segunda não tem uma causa conhecida e geralmente possui influência genética, sendo comum o diagnóstico na infância e adolescência.

Causas da escoliose neuromuscular

A escoliose neuromuscular possui suas causas divididas em neuropáticas e miopáticas. Vejamos cada uma delas:

Causas neuropáticas

  • Paralisia cerebral;
  • Trauma da medula espinhal;
  • Tumor da medula espinhal;
  • Siringomielia;
  • Síndrome de Roussy-Levy;
  • Poliomielite;
  • Doença de Charcot-Marie-Tooth;
  • Ataxia de Friedreich;
  • Mielites virais diversas;
  • Disautonomia (síndrome de Riley-Day);
  • Doença de Werdnig-Hoffman;
  • Atrofia muscular espinhal;
  • Doença de Kugelberg-Welander.

Causas Miopáticas

  • Miotonia distrófica;
  • Hipotonia congênita;
  • Artrogripose;
  • Distrofias musculares.

Diagnóstico da escoliose neuromuscular

O diagnóstico da escoliose neuromuscular é feito principalmente em consultório de um médico especialista em coluna, após exame físico e uma eficaz anamnese. Para decidir qual o melhor tratamento, é de suma importância a realização de exames de imagem, tais como ressonância magnética e radiografia da coluna vertebral.

Importância do diagnóstico e tratamento

A escoliose neuromuscular resulta de distúrbios neuromusculares, como a distrofia muscular e a espinha bífida, que por sua vez, afetam os músculos e os nervos responsáveis pelo controle da coluna vertebral. Na escoliose neuromuscular há uma curvatura lateral da coluna, que ocorre devido à fraqueza muscular.

Nos casos mais graves, a progressão da curva é aumentada, sobretudo com o passar do tempo, e pode levar a deformidades significativas, e em algumas situações, de difícil reparação na coluna vertebral. A curvatura da coluna pode tornar-se mais intensa com o tempo, causando muita dor e problemas respiratórios ao paciente, devido à compressão de órgãos internos.

Em alguns casos, a escoliose neuromuscular pode afetar a capacidade do paciente em realizar atividades básicas do dia a dia.

Felizmente, hoje em dia existem opções de tratamento para a escoliose neuromuscular, dependendo sempre da gravidade do caso e das condições subjacentes. O tratamento pode incluir uso de órteses, fisioterapia, terapia medicamentosa para controle da dor e, em casos mais avançados, cirurgia para corrigir a curvatura da coluna.

A escolha do tratamento ideal depende de fatores como a idade do paciente, a causa subjacente e a gravidade da curvatura analisada pelo médico.

O diagnóstico da escoliose neuromuscular é de suma importância para se descartar outras condições, descobrir causas subjacentes que precisam ser tratadas adequadamente e oferecer o tratamento correto para cada perfil de paciente. Muitas vezes, descobrir a existência da condição a tempo pode garantir qualidade e vida ao paciente e evitar o agravamento da curvatura.

É fundamental que o diagnóstico da escoliose neuromuscular seja feito de forma precoce, possibilitando a intervenção antes que a curvatura se agrave. Além disso, são necessários o acompanhamento médico contínuo e a adaptação do tratamento sempre que necessário. Mesmo com a melhora, o paciente deve sempre ser assistido por um médico especialista em coluna.

Tratamento para escoliose neuromuscular

O tratamento para escoliose neuromuscular é feito de forma conservadora ou cirúrgica, que é indicada para os casos mais graves. As opções de tratamento levam em consideração o estado geral de saúde do paciente e outros fatores que o médico considerar importante.

O tratamento conservador é individualizado e visa dar qualidade de vida aos pacientes com escoliose de acordo com a sua necessidade, como dificuldade para se sentar ou amenizar as dores. Pacientes com curvas flexíveis que estejam abaixo de 50 graus poderão ter a indicação do uso de uma órtese. Os pacientes que não podem andar poderão ter como indicação uma mudança na cadeira de rodas.

A única forma de impedir a progressão da escoliose neuromuscular é através de uma cirurgia. Antes do procedimento, há vários fatores que precisam ser apreciados e resolvidos, se for o caso. Por exemplo: é comum que pacientes com escoliose possuam alguns distúrbios nutricionais, tais como baixa ingestão proteica, refluxo e infecções de repetição.

Tudo o que estiver irregular precisa ser resolvido antes da cirurgia, o que torna sua realização bastante desafiadora para alguns perfis de pacientes.

Com avanços na realização desse tipo de cirurgia, é comum que a maioria dos pacientes tenham sua qualidade de vida recuperada ao máximo após o procedimento.

Pós-operatório de escoliose neuromuscular

O pós-operatório da cirurgia de escoliose neuromuscular é muito importante para garantir a perfeita recuperação do paciente. Esse tipo de cirurgia, indicada para corrigir curvaturas graves e progressivas da coluna, envolve algumas medidas em seu pós-operatório para garantir que o paciente se recupere adequadamente e diminua os riscos de complicações.

Vejamos o que pode ser feito para ajudar um paciente de escoliose neuromuscular após a cirurgia:

  • Controle da dor: uso de analgésicos prescritos que, nos primeiros dias e a critério do médico, poderão ser intravenosos. Depois se torna uma terapia medicamentosa oral e a frequência e quantidade de remédio é reduzida de acordo que a dor diminui;
  • Imobilização: o paciente pode precisar de apoio para manter a coluna vertebral imobilizada, sobretudo nos primeiros dias após a cirurgia. O uso de coletes ortopédicos poderá ser indicado, bem como é preciso manter o paciente em posição confortável;
  • Fisioterapia: deve ser iniciada após a cirurgia com exercícios leves e progressivos que buscam fortalecer a musculatura e melhorar a postura;
  • Monitorar funções respiratórias: os pacientes operados de escoliose neuromuscular podem precisar de suporte respiratório, como ventilação assistida ou fisioterapia respiratória, dependendo da gravidade da escoliose neuromuscular antes do procedimento cirúrgico;
  • Monitorar a ferida: o local da cirurgia precisa ser monitorado para evitar infecções, realizando a limpeza conforme prescrição médica;

Acompanhamento médico: radiografias poderão ser solicitadas para monitorar como está a posição da coluna vertebral, bem como a progressão da recuperação. Se necessário, o médico poderá realizar ajustes no tratamento de recuperação.

Dr. Edgar Utino

Médico Ortopedista Especialista em Cirurgia da Coluna com técnicas minimamente invasivas. Especialista em Cirurgia da Coluna Vertebral pela Sociedade Brasileira de Cirurgia da Coluna (SBC) e Título em Ortopedia e Traumatologia pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

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