Lipomatose epidural é uma condição rara do qual ocorre um crescimento aumentado do tecido adiposo (gordura) no espaço epidural (canal vertebral). A lipomatose epidural pode ocorrer em qualquer parte da coluna, mas é mais comum relatos de pacientes com a condição localizada na região lombar ou torácica.
A lipomatose epidural pode comprimir os nervos e a medula espinhal, o que ocasiona muita dor na coluna do paciente e comprometimento da qualidade de vida devido também a sintomas neurológicos.
É importante salientar que, embora muitas vezes associados, gordura epidural e lipomatose epidural não são a mesma coisa. Enquanto lipomatose epidural corresponde ao acúmulo anormal de gordura, a gordura epidural se refere a quantidade normal de gordura no espaço epidural que toda pessoa saudável possui.
Causas da lipomatose epidural
A lipomatose epidural é uma doença idiopática, não possuindo uma causa exata conhecida pela medicina. Embora possa acometer qualquer pessoa, é geralmente mais comum em homens. Ainda assim, há algumas condições que acabam sendo comuns nos pacientes diagnosticados, o que poderiam ser fatores de risco para desenvolver a doença. As principais causas ou fatores de risco para lipomatose epidural são:
- Obesidade: seja por questões hormonais, genéticas ou más hábitos alimentares associados ao sedentarismo, a obesidade deve ser combatida, pois predispõe o corpo a lipomatose epidural, além de diversas outras enfermidades e condições.
- Uso prolongado de corticoide: já é de conhecimento público que corticoides só devem ser usados com prescrição médica e, preferencialmente, a depender de cada caso, pelo menor tempo possível. Isso porque o medicamento é benéfico ao que se propõe, mas pode gerar uma série de sequelas temporárias ou permanentes no paciente, o que inclui a lipomatose epidural.
- Distúrbios metabólicos: diabetes descontrolada, bem como dislipidemia aumentam o risco de desenvolver lipomatose epidural.
- Altos níveis de cortisol: seja qual for a causa, a exposição a altos níveis de cortisol pode ser um fator de risco para lipomatose epidural. A causa dessa elevação no nível do cortisol, que é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais, deve ser investigada para melhor eficácia do tratamento.
- Uso de anabolizantes;
- HIV e tratamento antirretroviral;
Sintomas da lipomatose epidural
Pacientes com lipomatose epidural normalmente se queixam de:
- Dor ciática;
- Dor na coluna torácica (dorsalgia);
- Fraqueza nas pernas;
- Sensibilidade das pernas alterada;
- Perda de equilíbrio;
- Dor lombar;
- Dificuldades para caminhar;
- Reflexos alterados;
- Alterações do tipo esfincterianas.
Eventualmente, pacientes podem relatar algum sintoma menos comum, entretanto, os aqui citados são os mais presentes em quem possui essa condição.
Diagnóstico
O diagnóstico começa com o paciente relatando os sintomas em consulta com um médico especialista em coluna. Para confirmar ou descartar outras condições, o médico solicitará uma ressonância magnética.
Se necessário, também poderão ser solicitados exames laboratoriais a fim de analisar os níveis de cortisol, glicemia, perfil lipídico e outros fatores que o médico julgar necessário avaliar em cada caso. Os exames laboratoriais são de suma importância para avaliar causas subjacentes da lipomatose epidural.
Tratamento
O tratamento pode variar de acordo com a gravidade da condição. Em regra, sempre que possível, a principal técnica escolhida é um tratamento conservador, que é menos invasivo. Essa abordagem conservadora consiste em perder peso, no caso de pacientes obesos, bem como se exercitar para quem está sedentário.
Fisioterapia e RPG são grandes aliados em muitos casos, pois ajuda a melhorar a postura e a mobilidade, bem como reduz a dor, o que devolve a qualidade de vida ao paciente.
No caso de existirem causas subjacentes, essas doenças precisam ser tratadas para melhor resultado do tratamento da lipomatose epidural. Por isso é importante que a lipomatose epidural seja tratada por um especialista em coluna, mas o paciente também deve combinar o tratamento com outro profissional para as causas subjacentes, como um endocrinologista confiável, seguindo as recomendações com dosagem correta de medicação, dieta e o que mais for necessário para cada caso.
Em último caso, quando o tratamento conservador não for o suficiente para devolver a qualidade de vida do paciente, uma intervenção cirúrgica será indicada. A cirurgia só será recomendada para os casos considerados graves que pode levar à compressão significativa da medula espinhal, o que gera sintomas neurológicos severos.
Tipos de cirurgias
A escolha por uma técnica cirúrgica vai depender da extensão e localização da lipomatose epidural. Os tipos de cirurgias para coluna nestes casos são:
- Cirurgia minimamente invasiva da coluna: sempre que possível esse método será o indicado, pois causa menos danos ao corpo do paciente, além de ter uma recuperação rápida quando comparada ao um procedimento comum e representa menores riscos;
- Laminectomia: intervenção indicada para a realização da remoção de parte do arco vertebral. Quando parte da lâmina vertebral é retirada, a compressão é aliviada, pois aumenta-se o espaço em volta da medula espinhal.
- Laminectomia tubular: método minimamente invasivo que visa a inserção de pequenos tubos que vão dilatar a musculatura;
- Artrodese da coluna: usada como último recurso para casos mais graves. O procedimento busca unir uma ou mais vértebras da coluna vertebral a fim de estabilizá-la e assim reduzir as dores.